Paraguai: Combatentes do EPP eliminam pistoleiro de latifundiários brasileiros
Caminhonete, barracão e carreta incendiados pelo Exército do Povo Paraguaio durante ação. Foto: Mbykymi Notícias
Na noite do dia 8 de julho, os combatentes da Brigada Indígena Contra Pistoleiros de Fazenda (BICPF) — um pelotão do grupo revolucionário Exército do Povo Paraguaio (EPP) — realizaram uma ação na fazenda de Ñandu’í, localizada no estado de Amambay, no Paraguai, a 75 km da cidade de Ponta Porã (MS), fronteira com o Brasil.
Durante a ação, o pistoleiro Avelino
Camargo, brasileiro, foi eliminado pelos guerrilheiros. Tal fazenda
pertence aos latifundiários Darci e Iracy Antoniolli, que também são brasileiros. Eles possuem terras ligadas à atividade madeireira tanto no Brasil quanto no Paraguai.
Além da eliminação de Avelino
Camargo, os guerrilheiros incendiaram uma caminhonete, um barracão, uma
carreta e máquinas agrícolas do latifúndio. Eles ainda levaram outros
materiais para o fortalecimento da guerrilha.
A Brigada Indígena Contra Pistoleiros de Fazenda, segundo informações veiculadas por órgãos da imprensa popular, faz parte do EPP e atua contra pistoleiros do latifúndio no Paraguai. Suas ações são voltadas para fazer justiça para os camponeses e indígenas que são violentados pelos latifundiários e pelo velho Estado semicolonial e semifeudal do Paraguai.
Combatentes do EPP. Foto ilustrativa
O monopólio da imprensa paraguaio
de tudo tem feito para difamar o EPP, o acusando de "terrorista" que
"recruta indígenas a força", entre outras mentiras. Esta mesma imprensa
vendida, comprada pelas "autoridades" e pelas classes dominantes, não
dão um pio sobre os inúmeros crimes cometidos pelo latifúndio contra o
povo no campo.
Os bárbaros crimes do latifúndio
A distribuição fundiária paraguaia é a pior
do mundo, segundo a própria Oxfam Paraguai, que é uma ONG ligada ao
imperialismo. No entanto, chama a atenção o fato de que parte
significativa das terras está nas mãos de latifundiários brasileiros.
Cerca de 14% das terras cultiváveis por todo o país estão nas mãos dos
brasileiros, sendo que no departamento de Canindeyú, por exemplo, os
latifúndios brasileiros controlam até 60% das terras.
Nesses latifúndios, tanto os controlados
por estrangeiros ou por paraguaios, as relações de trabalho são
humilhantes e análogas à escravidão. Em 2016, o Ministério do Trabalho
paraguaio resgatou 35 camponeses indígenas de uma fazenda de criação de
gado em Boquerón. Eles se endividavam com o latifundiário através da
compra de víveres hiperinflacionados, convertendo-se em servos. Durante o
resgate, os camponeses, incluídas as crianças, apresentavam ferimentos
nas mãos, desidratação aguda e subnutrição.
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