Repercutimos a seguir matéria publicada no site Resistência Camponesa que denuncia ataque policial contra camponeses no distrito de Nova Dimensão, interior de Rondônia.
No dia 25 de julho, após abordagem da polícia militar na linha 29 no
distrito de Nova Dimensão, distante cerca de 60 km de Nova Mamoré e 50
km de Jacinópolis, pelo menos 2 camponeses foram mortos, outros foram
baleados, sendo que, ao menos um se encontra hospitalizado, e há outros
camponeses desaparecidos. Um policial identificado como João Batista
também foi baleado na perna e morreu.
Informações divulgadas no “Portal Mamoré” dão conta que a área onde ocorreram as mortes têm mais de 5 mil hectares e seria terra da União, grilada por um fazendeiro. A três anos atrás esse fazendeiro teria permitido que um grupo de camponeses entrassem para fazer derrubada e dividir uma parte em cerca de 100 lotes. Porém a três meses atrás o fazendeiro passou a tentar retirar essas pessoas, utilizando pra isso policiais. Posseiros da área teriam afirmado que “PMs ligados ao dono da terra ficavam fazendo ameaças”.
Não temos maiores informações da parte dos camponeses. A maioria das informações divulgadas são baseadas nas informações desencontradas e escassas fornecidas pela própria polícia militar.
Na versão dos policiais alegam ora que foram até o local devido a suposto incêndio, ora que foram (ao que parece sem nenhum tipo de mandado judicial) para reprimir uma tomada de terra.
A versão policial, repetida pelos seus porta-vozes, alega que os policiais foram vítimas de uma emboscada, e que somente dispararam para revidar uma suposta agressão.
Nas inúmeras notícias publicadas, os camponeses mortos, baleados e desaparecidos são tratados como escória. Sequer divulgam os nomes dos mortos, que são tratados repetidas vezes como “bandidos”, “criminosos”, “grileiros”, “invasores”, “sem-terra”, etc. Seguindo a lógica reacionária que passando por cima das próprias leis, querem infundir, justificar e praticar a ideia de que alguém sendo “sem-terra”, “invasor”, etc, merece a pena de morte, sem julgamento, aplicada sumariamente.
A versão de que a polícia foi emboscada é no mínimo fantasiosa. Zombam da nossa inteligência, se acham que vamos acreditar que um pequeno grupo de pessoas supostamente armadas com espingardas e ferramentas de trabalho (a polícia chama foices, facões e canivetes de “armas brancas”) emboscariam vários policiais, em duas viaturas, armados até os dentes de fuzis e outros armamentos pesados.
O próprio resultado da suposta emboscada por si só desmente tal versão. Além do policial que morreu, nenhum outro foi atingido. Por outro lado, muitos mais camponeses foram alvejados, sendo pelo menos 3 já confirmados, e outros tantos ainda desaparecidos. Também não se pode descartar que o próprio policial que morreu não tenha sido atingido pelos seus pares, no que se chama de “fogo amigo”.
E temos motivos de sobra para duvidar! Nossas páginas estão cheias de registros de camponeses assassinados frequentemente. E a maioria desses assassinatos tem a participação direta de policiais, sejam fardados ou atuando como pistoleiros. Vejam o exemplo do assassinato do Paulo Bento por policiais do GOE em Mirante da Serra em 2017. Vejam o exemplo dos assassinatos cometidos pelo bando comandado pelo policial pistoleiro Moises Ferreira de Souza, que foi sargento do GOE, e que assassinou pelo menos 2 jovens na Fazenda Tucumã em 2016. Posteriormente foi preso pela polícia, e liberado sob a fantasiosa estória de “fuga” e tempos depois foi responsável pela tortura e assassinato de outros 9 camponeses em Colniza em 2017. Vejam o exemplo de Pau D’Arco, onde 10 camponeses foram covardemente assassinados em operação policial em 2017. Vejam o exemplo dos muitos camponeses assassinados em agosto de 1995 e posteriormente falecidos por consequência das sequelas das torturas cometidas pela polícia militar de Rondônia.
Isso pra ficar apenas nos exemplos mais conhecidos, pois todos os anos dezenas de camponeses são assassinados, na maioria dos casos com a participação direta ou indireta de policiais.
Nesses momentos há gritaria por toda parte, clamando pelo fim do que chamam de “conflitos agrários”. Porém, muitas vezes, por trás de tais discursos há a defesa escancarada ou não, da violência do latifúndio e do velho Estado, que aumentam cada vez mais a criminalização e repressão contra os camponeses, com prisões, assassinatos crescentes, combinando ação de bandos armados do latifúndio com o terrorismo de Estado, com objetivo de barrar a luta pela terra e alcançar uma paz de cemitério.
Mas há um ditado que diz que onde há opressão há resistência. E o que chamam de “conflitos agrários” só terá fim com a destruição do latifúndio, verdadeiro culpado pela infelicidade, atraso e todas mazelas presentes no campo e em todo país. Somente com a destruição do latifúndio e a democratização das terras com sua distribuição aos camponeses haverá mudanças a favor dos pobres.
Informações divulgadas no “Portal Mamoré” dão conta que a área onde ocorreram as mortes têm mais de 5 mil hectares e seria terra da União, grilada por um fazendeiro. A três anos atrás esse fazendeiro teria permitido que um grupo de camponeses entrassem para fazer derrubada e dividir uma parte em cerca de 100 lotes. Porém a três meses atrás o fazendeiro passou a tentar retirar essas pessoas, utilizando pra isso policiais. Posseiros da área teriam afirmado que “PMs ligados ao dono da terra ficavam fazendo ameaças”.
Não temos maiores informações da parte dos camponeses. A maioria das informações divulgadas são baseadas nas informações desencontradas e escassas fornecidas pela própria polícia militar.
Na versão dos policiais alegam ora que foram até o local devido a suposto incêndio, ora que foram (ao que parece sem nenhum tipo de mandado judicial) para reprimir uma tomada de terra.
A versão policial, repetida pelos seus porta-vozes, alega que os policiais foram vítimas de uma emboscada, e que somente dispararam para revidar uma suposta agressão.
Nas inúmeras notícias publicadas, os camponeses mortos, baleados e desaparecidos são tratados como escória. Sequer divulgam os nomes dos mortos, que são tratados repetidas vezes como “bandidos”, “criminosos”, “grileiros”, “invasores”, “sem-terra”, etc. Seguindo a lógica reacionária que passando por cima das próprias leis, querem infundir, justificar e praticar a ideia de que alguém sendo “sem-terra”, “invasor”, etc, merece a pena de morte, sem julgamento, aplicada sumariamente.
A versão de que a polícia foi emboscada é no mínimo fantasiosa. Zombam da nossa inteligência, se acham que vamos acreditar que um pequeno grupo de pessoas supostamente armadas com espingardas e ferramentas de trabalho (a polícia chama foices, facões e canivetes de “armas brancas”) emboscariam vários policiais, em duas viaturas, armados até os dentes de fuzis e outros armamentos pesados.
O próprio resultado da suposta emboscada por si só desmente tal versão. Além do policial que morreu, nenhum outro foi atingido. Por outro lado, muitos mais camponeses foram alvejados, sendo pelo menos 3 já confirmados, e outros tantos ainda desaparecidos. Também não se pode descartar que o próprio policial que morreu não tenha sido atingido pelos seus pares, no que se chama de “fogo amigo”.
E temos motivos de sobra para duvidar! Nossas páginas estão cheias de registros de camponeses assassinados frequentemente. E a maioria desses assassinatos tem a participação direta de policiais, sejam fardados ou atuando como pistoleiros. Vejam o exemplo do assassinato do Paulo Bento por policiais do GOE em Mirante da Serra em 2017. Vejam o exemplo dos assassinatos cometidos pelo bando comandado pelo policial pistoleiro Moises Ferreira de Souza, que foi sargento do GOE, e que assassinou pelo menos 2 jovens na Fazenda Tucumã em 2016. Posteriormente foi preso pela polícia, e liberado sob a fantasiosa estória de “fuga” e tempos depois foi responsável pela tortura e assassinato de outros 9 camponeses em Colniza em 2017. Vejam o exemplo de Pau D’Arco, onde 10 camponeses foram covardemente assassinados em operação policial em 2017. Vejam o exemplo dos muitos camponeses assassinados em agosto de 1995 e posteriormente falecidos por consequência das sequelas das torturas cometidas pela polícia militar de Rondônia.
Isso pra ficar apenas nos exemplos mais conhecidos, pois todos os anos dezenas de camponeses são assassinados, na maioria dos casos com a participação direta ou indireta de policiais.
Nesses momentos há gritaria por toda parte, clamando pelo fim do que chamam de “conflitos agrários”. Porém, muitas vezes, por trás de tais discursos há a defesa escancarada ou não, da violência do latifúndio e do velho Estado, que aumentam cada vez mais a criminalização e repressão contra os camponeses, com prisões, assassinatos crescentes, combinando ação de bandos armados do latifúndio com o terrorismo de Estado, com objetivo de barrar a luta pela terra e alcançar uma paz de cemitério.
Mas há um ditado que diz que onde há opressão há resistência. E o que chamam de “conflitos agrários” só terá fim com a destruição do latifúndio, verdadeiro culpado pela infelicidade, atraso e todas mazelas presentes no campo e em todo país. Somente com a destruição do latifúndio e a democratização das terras com sua distribuição aos camponeses haverá mudanças a favor dos pobres.
Fuente: ANovaDemocracia
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